Sou André Heller
Sou André Heller. E, contrariando todas as probabilidades, tornei-me Campeão Olímpico em Atenas 2004 pela Seleção Brasileira de Vôlei. Fui atleta profissional por 24 anos, sendo 12 dedicados à Seleção. Entre os títulos conquistados ao longo da minha trajetória esportiva, destaque para o Campeonato Mundial em 2006, 6 Ligas Mundiais, 4 Sul Americanos, 2 Copas do Mundo e 2 Copas Américas, além de ter participado de 5 títulos da Superliga Brasileira.
Sou formado em Gestão Aplicada ao Esporte FIA/USP e Neurocoaching- Neuroleadership Institute Brasil. Atuo como Embaixador e Coordenador do Projeto Vôlei Renata e idealizador do Programa de Iniciação Esportiva VOLEIBOL ANDRÉ HELLER. Atualmente, sou palestrante e atuo nessa área há mais de 12 anos.
Sou asmático desde o nascimento (aliás, nasci prematuramente de sete meses e pesava apenas dois quilos) e, na pré-adolescência, vivia períodos de muita ausência na escola em função das crises respiratórias.
Como eu mantinha minha vaga sob o regime de ¨bolsa integral¨, as faltas estavam ameaçando a continuidade dessa condição. Meus pais não tinham mais condições de manter o tratamento com remédios e inalações e, sob a orientação do pediatra, colocaram-me no esporte para melhorar a minha condição física.
Tentei a natação, mas afundava na piscina, e acabei descobrindo que era alérgico ao cloro. No basquete, como o meu repertório motor ainda era limitado, não encontrei motivação. Meu pai foi atleta e depois treinador de voleibol e, como a modalidade, estava no meu DNA, comecei a observar o time da escola e considerar a possibilidade de fazer parte daquilo.
Embora tenha experimentado o sabor maravilhoso das vitórias por diversas vezes nas quadras, acredito que o sentimento de conquista se relaciona direta e exclusivamente ao aprendizado na jornada. Venho de uma família muito simples, de uma cidade chamada Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul.
Sou o filho mais novo de três. Meus pais sempre batalharam muito para colocar comida na nossa mesa e, como a escassez estava sempre à espreita, eles nos ensinaram que o maior patrimônio que podíamos ter, e que ninguém poderia nos tirar, era o conhecimento! Minhas irmãs tornaram-se professoras logo cedo (aliás, ótimas professoras!) e eu, mesmo seguindo o caminho esportivo, nunca deixei a educação de lado.
Tentei entrar no time da escola, mas como lá estavam os melhores e eu não era um deles, não fui aceito. No mesmo período, juntei-me a 200 jovens que tentariam a “sorte” em uma seleção de talentos no clube da cidade.
Acabei sendo aprovado em função exclusivamente da altura, porém passaria por um período de teste e teria que melhorar muito para permanecer. Foi quando descobri que quanto mais eu me engajava ao meu processo de desenvolvimento, melhor eu ficava e, proporcionalmente, mais eu amava aquela atividade, o voleibol.